segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Espelho Social

O ESPELHO SOCIAL
Se a única visão que possuímos de nós vem do espelho social ― do paradigma social em vigor e das opiniões, imagens e paradigmas das pessoas à nossa volta ―, nossa noção de personalidade equivale ao que se vê em uma sala de espelhos mágicos de parque de diversões.
“ Você chega sempre atrasado.”
“ Por que não consegue nunca manter suas coisas em ordem?”
“ Você deve ser um artista!”
“ Você come como um cavalo!”
“ Não acredito que você tenha vencido!”
“Mas isso é tão simples. Como você não entendeu?”
Estas visões são fragmentadas e desproporcionais. São, em geral, mais projeções do que reflexões, pois projetam preocupações e falhas do caráter das pessoas que dão palpites sobre nós, sem saber realmente como somos.
O paradigma social atualmente aceito nos diz que nosso condicionamento e nossa condição determinam amplamente o que somos. Apesar de reconhecer o imenso poder do condicionamento em nossas vidas, dizer que ele determina o que somos e que não temos controle algum sobre esta influência cria uma situação radicalmente diferente.
Atualmente, existem três mapas sociais ―três teorias do determinismo amplamente aceita, independentes ou combinadas para explicar a natureza do ser humano.
O determinismo genético diz que a culpa é dos seus avós. Por causa deles, você tão mal-humorado. Seus avós eram rabugentos, e isso está no DNA. Passa de uma geração a outra, e você herdou tudo. Ainda por cima, você é irlandês, e os irlandeses são assim por natureza.
O determinismo psíquico diz que a culpa é dos seus pais. Sua educação e as experiências na infância deram forma às tendências da sua personalidade e à estrutura de seu caráter. É por isso que você tem medo de encarar um grupo. Seus pais criaram assim. Você sente uma culpa terrível quando comete um erro, porque lá no fundo você se “lembra” do roteiro emocional que decorou quando era muito pequeno, dependente e vulnerável. Você se “recorda” das punições emocionais, da rejeição e da comparação com os outros quando sua performance fica aquém do esperado.
O determinismo ambiental diz basicamente que a culpa é do seu chefe ― ou de sua mulher, do filho adolescente respondão, da situação econômica ou da política internacional. Alguém ou algo em seu meio ambiente é responsável por sua situação.
Cada um destes mapas se na baseia na teoria do estímulo/resposta que associamos mais comumente com os experimentos de Pavlov com cachorros. A idéia básica é que somos condicionados a reagir de determinada maneira a um estímulo em particular.
Com que precisão e funcionalidade estes mapas deterministas descrevem o território? Com que nitidez esses espelhos refletem a verdadeira natureza do homem? Não seriam eles profecias feitas com cartas marcadas? Seriam eles baseados em princípios que considerávamos válidos, em nosso íntimo?





Fonte: Covey, Etephen R. Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes. 41° edição. Rio de Janeiro. Best Seller, 2011 pág 87,88e 89.